A cantora e compositora Katy Perry, uma ascendente estrela da música Pop, é filha de evangélicos. Keith Hudson, pai da cantora, é pastor de uma igreja pentecostal e a mãe, Mary Hudson, auxilia o pai no ministério que já tem mais de 30 anos. Criada na igreja, Perry chegou a gravar um álbum gospel usando o nome de Katy Hudson.
Da infância, a cantora traz experiências religiosas estranhas. Em entrevista à revista Vanity Fair, a cantora declarou: “Não tive infância. Meus pais só me permitiam ler a Bíblia e proibiam qualquer alusão ao demônio”. Expressões como “ovos endiabrados” (receita de ovos cozidos e recheados) ou a marca de aspiradores de pó “Dirt Devil” também eram proibidas no seu lar da Califórnia. “Eu não podia comer o cereal Lucky Charms (amuletos da sorte), mas acho que era por causa do açúcar”, ironiza. Proibida de escutar música secular, ela conta que pedia aos amigos que “contrabandeassem” CDs de bandas não-evangélicas, que tinha que ouvir escondida. “Eu cantava Oh Happy Day desde os nove anos. Então eu descobri bandas como Queen, Beach Boys e, claro, The Beatles. Daí eu descobri que o mundo não era tão simples”, comenta. “Não podíamos ouvir música secular em casa, pois era considerada coisa do diabo (…) Se eu queria levar amigas para casa, minha mãe queria saber se elas eram cristãs (…) Meus pais são assim. Eles são loucos! Eles são malucos mesmo!”, declarou a cantora em entrevista à revista Blender.
O fenômeno Katy Perry traz ao debate a pergunta antiga: “Porque os filhos de crentes desviam?”, ou ainda “porque muitos filhos de pastores costumam ser tão problemáticos?”. Obviamente, estas perguntas levam em conta um estereótipo nem sempre verdadeiro, mas muito recorrente em nossos dias. É comum encontrar ex-evangélicos entre filhos de crentes, os quais geralmente são pessoas extremamente ressentidas com a igreja. Mas, afinal, por que isso acontece?
Não queremos ser simplistas e nem posicionar-nos ao lado da cantora e contra os pais dela, mas a questão é que o testemunho familiar influi muito. Quantos evangélicos vivem uma vida exemplar dentro da igreja, mas se digladiam no lar a cada dia, como se estivessem em uma arena de luta? E quantos pastores são capazes de passar horas escutando e aconselhando um casal com problemas de relacionamento, mas não são capazes de dedicar 10 minutos para ouvir as queixas da esposa? Quantos filhos de pastores são deixados de lado, ignorados e negligenciados em virtude da tumultuada agenda do pai? Quantos líderes evangélicos se encontram nessa posição: Heróis na igreja, e vilões em seu próprio lar? Soma-se isso ao fanatismo muitas vezes presente em algumas igrejas evangélicas, que dicotomizam a vida e demonizam artes como a dança, a música secular, filmes, etc., e criam uma redoma ao redor das crianças e adolescentes, acreditando que esta “super-proteção” poderá livrá-los dos perigos e tentações do mundo. Ledo engano! A experiência comprova que proibições sem boas justificativas apenas servem para aumentar a curiosidade e o desejo de “rebeldia”.
Não podemos dizer que os pais de Katy são os únicos vilões da história, mas a falta de princípios do casal pode ter cooperado para a derrocada espiritual da filha. Por exemplo, a cantora já pagou viagens para os pais com o dinheiro que ganha fazendo sua música “endiabrada”, e eles não tiveram problema em receber dinheiro da filha para passar umas alegres férias em Cancun. Pergunto-me como é que alguém que declarou publicamente se sentir ofendido quando ouve a filha cantar “I Kissed A Girl” (Eu beijei uma garota), recebe com alegria estes mimos da filha “desviada”? Não deveriam os pais da cantora, pelos mesmos princípios, negar-se a usufruir do dinheiro obtido como fruto deste sucesso? Além disso, a mãe da cantora está lançando um livro sobre a infância da filha. O livro está destinado a ser best seller e com certeza vai engordar a conta bancária dos pais da cantora, mas convenhamos: Será que ganhar milhões vendendo um livro que expõe a vida da filha “desviada” é uma atitude digna de uma mãe cristã?
Apesar dos problemas com os pais “pastores”, a cantora estadunidense que tem o nome “Jesus” tatuado no pulso, conserva em seu coração lembranças positivas do seu relacionamento com Cristo: “Deus ainda é uma parte grande da minha vida […] Ainda acredito que Jesus é o filho de Deus”. Mas será que a cantora conseguirá voltar para “casa”? Será que algum dia veremos Katy servindo a Deus de verdade? Se depender do histórico familiar, realmente isto é algo difícil de acontecer. No entanto, o evangelho – quando crido – deixa marcas profundas na nossa alma, e estas marcas não podem ser apagadas. A palavra de Deus escrita no nosso coração é um testemunho poderoso, e pode produzir mudanças no mais perdido pecador.
Tomara que Katy encontre de novo o Caminho. E que seja breve.
Fonte:
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Infelizmente essa é uma situação que vem ocorrendo não só com pessoas famosas, mas com muitos jovens filhos de pais e mães cristãos, talvez o medo de que um dia seus filhos se afastem dos caminhos do Senhor os preocupe e os faça querer prendê-los dentro de uma redoma de regras e leis que só os fazem sentir mais ainda o desejo de conhecer o mundo, como mencionado no texto acima, também a falta de principiose testemunho dos pais dentro de casa também unflui muito, porque verdadeiros cristãos são gerados em verdadeiros lares cristãos, onde se vive uma contínua e real experiência com Deus, quando isso é apenas teatro, os filhos percebem e já não dão crédito para mais nada dos que os pais fazem e assim se "rebelam".
Não cabe a nós julgar ou excluir esses "desviados", pois se tornaram assim pela falta de prudência e sabedoria de outros que não souberam formá-los verdadeiramente. Nosso dever, como cristãos que buscamos ser, é orar por eles e em todas as oportunidades de surgirem apresentarmos o Deus de amor e misericórdia que quer nos salvar e não nos punir ou castigar (isso Ele fará com os desobedientes).
Deus abençoe sua vida!
Abraços,
Mari
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DAC